Já escrevi aqui outro post sobre esta questão, ainda que com outro objectivo, mas continua a ser de facto um assunto sempre pertinente e inquietante.
Cada acto de criação pode sem dúvida ser considerado um acto de solidão.
A obra criada é só uma mas terá tantos contornos, tantas interpretações, quantas as pessoas que a receberem. Ganhará outros 'eus', chamemos-lhe heterónimos, outras identidades num mesmo corpo. Um livro, um quadro, uma música, será sempre um 'objecto' diferente para cada indivíduo.
Poder-se-á dizer que há elementos que são comuns, que os conceitos para sujeitos dum mesmo grupo possam ter um significado comum mas, há sempre a parte sensorial, aquela que está relacionada apenas com o que apreendemos através das sensações, que está relacionado com o que há de mais individual em cada ser. Este texto por exemplo, ao ser lido, cada uma das pessoas relaciona-lo-á com as suas experiencias, a interpretação de cada frase ficará à mercê dos seus conceitos e acima de tudo da sua sensibilidade.
Quando eu caracterizo uma 'coisa' não só será diferente da caracterização que outro possa fazer, como esse ao ouvir a minha entende-la-á de uma forma diferente da que eu expus.
Confuso? Perturbante? Complexo.
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1 comentário:
uma observação aparentemente óbvia mas, se extrapolada quase acaba por entra num quadro de esquizofrenia...
Deverei preocupar-me??
(ai, lá estou a comentar de novo os meus próprios posts.
...no fundo encaro estes momentos como se estivesse a falar sozinha, só que em vez disso escrevo.
Em vez de pensar alto escrevo alto...lol..
É um exercicio que aconselho, há coisas que devemos falar conosco.
Há de certeza uma palavra amiga, um gesto familiar que nos sossega...)
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