segunda-feira, 19 de maio de 2008

CRIAÇÃO

Já escrevi aqui outro post sobre esta questão, ainda que com outro objectivo, mas continua a ser de facto um assunto sempre pertinente e inquietante. Cada acto de criação pode sem dúvida ser considerado um acto de solidão. A obra criada é só uma mas terá tantos contornos, tantas interpretações, quantas as pessoas que a receberem. Ganhará outros 'eus', chamemos-lhe heterónimos, outras identidades num mesmo corpo. Um livro, um quadro, uma música, será sempre um 'objecto' diferente para cada indivíduo. Poder-se-á dizer que há elementos que são comuns, que os conceitos para sujeitos dum mesmo grupo possam ter um significado comum mas, há sempre a parte sensorial, aquela que está relacionada apenas com o que apreendemos através das sensações, que está relacionado com o que há de mais individual em cada ser. Este texto por exemplo, ao ser lido, cada uma das pessoas relaciona-lo-á com as suas experiencias, a interpretação de cada frase ficará à mercê dos seus conceitos e acima de tudo da sua sensibilidade. Quando eu caracterizo uma 'coisa' não só será diferente da caracterização que outro possa fazer, como esse ao ouvir a minha entende-la-á de uma forma diferente da que eu expus. Confuso? Perturbante? Complexo.

1 comentário:

Anónimo disse...

uma observação aparentemente óbvia mas, se extrapolada quase acaba por entra num quadro de esquizofrenia...

Deverei preocupar-me??


(ai, lá estou a comentar de novo os meus próprios posts.

...no fundo encaro estes momentos como se estivesse a falar sozinha, só que em vez disso escrevo.

Em vez de pensar alto escrevo alto...lol..

É um exercicio que aconselho, há coisas que devemos falar conosco.

Há de certeza uma palavra amiga, um gesto familiar que nos sossega...)