segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Como tudo muda..

começamos por crescer, depois por querer crescer, por ganharmos a noção que crescemos, que estamos a ficar mais velhos e de repente tudo muda!
Mudamos de tamanho, de raciocinio, de religião, de casa, de roupa, de corpo e mudam os outros e as coisas à nossa volta. Mudamos de estação e os anos não mudam, passam.
Voltei a Sesimbra, sítio da minha infância e pré-adolescencia. O mar onde aprendi a não me afogar e a praia onde apanhei os meus primeiros escaldões e ganhei as primeiras sardas. Sempre foi um amontoado de volumetrias, de distribuição difícil e confusa. Procurei todos os lugares que ainda têm uma cordinha ligada à minha imaginação. Já não estão lá os pescadores a coser as redes para me responderem com um bom dia e no fim do dia me interrogarem pelo motivo que me fazia sair da praia depois deles, já não está ao pé do forte o senhor que fazia e vendia santinhas de búzios, a padaria ainda vende os bolos de canela mas agora num ambiente moderno e sofisticado, o apartamento onde ficava com os meus tios já não tem vista para o mar mas a praia continua a ficar sem areia quando a maré sobe, o senhor dos toldos ainda continua lá, agora acompanhado pelo filho e pelo neto, e o mar ainda lá está....
O mar, esse continua lá, transparente e sereno. Um mar doce, uma água fria que me aquece a lembrança.

'Nunca voltes ao sítio onde já foste feliz' é o que se diz. Acho que isto só faz sentido se de alguma forma nos tornamos infelizes como pessoas. é verdade que magoa não nos revermos mais, não encontrar-mos as nossas referências mas há sempre qualquer coisa que nos liga e em Sesimbra enquanto aquele mar ali estiver eu vou sempre querer mergulhar.

P.S - Obrigada M e AR

6 comentários:

Anónimo disse...

E eu que gostei de ler mergulhar em vez de ir ao banho... :D
Coisas de África, não ligue...

Corine disse...

tem uma profundidade, e não é só a da água, completamente diferente..ir ao banho parece uma coisa onde nos envolvemos menos...

lol...

Madame Giselle disse...

Compreendo o que diz...

Eu acho que devemos voltar ao sitio onde aprendemos a ser felizes e de forma ciclica.

Precisamente para não nos esquecermos do que é mais elementar, mais puro e nos faz feliz.

Para nos renovarmos.

Voltarmos a esses sitios e sentir com os cinco ou seis sentidos, o cheiro, o som, a temperatura do ar e a textura dos elementos que nos envolvem.
Se pudermos provar qq coisinha, melhor...

Corine disse...

a frase não tinha bem esse sentido, era mais uma de 'já fui feliz assim e deixei de ser. não adianta voltar a insistir', é isto que quer dizer o 'não voltes ao sitio onde já foste feliz'-

claro que devemos, só nos faz bem. traz-nos paz e serenidade para pensar, tempo para contemplar.

Anónimo disse...

Revejo-me e re- sinto-me no que escreveu corine. Parece que leu os meus sentimentos em relação a...
Até a musica que escolheu me lembra um bar que existiu durante uns aos na falésia, ao lado da "Belle Epoque"

Bem haja

Corine disse...

São as sensibilidades que unem as pessoas. Que por mais voltas que dê a vida há coisas que nos tornam iguais, pôem a descoberto o que guardamos de mais intimo.


(eu é que agradeço)