sábado, 21 de junho de 2008

Olá...

Venho deixar o habitual voto de bom fim-de-semana e aproveito para vos contar como iniciou o meu... Hoje, também como habitualmente, acordei tarde e em sobressalto, levantei-me e em passo acelerado dirigi-me ao trabalho. Umas escassas mas aparentemente infindaveis duas horas. Cheia de sono, de racíocinio arrastado tento deixar tudo em ordem para segunda-feira.
Já devia ter resolvido o meu problema de despertar, estou a desenvolver uma tese que atesta a traição do meu telemóvel, uma conspiração em que actua como personagem principal boicotando todas as minhas intenções de pontualidade....enfim, essa é outra história.
Ontem o meu dia acabou de forma bem relaxante. Vi o sol desmaiar lentamente sobre a cidade, o rio trocar os jogos de cores pelos reflexos espelhados, os pontos de luz começavam a apontar os monumentos, é o espectáculo em cena de segunda a domingo na nossa Esplanada da Graça. Cheguei com dois amigos, depois de alguns momentos mal passados a fazer compras para o jantar e aquele descanso era mais que desejado, era vital. Conseguimos uma mesa bem posicionada, suficientemente perto da música e da vista do empregado, era a fila central e o filme ía começar. A imperial soube como nunca. O alívio do calor, a sensação de recompensa pelos minutos anteriores, quase como que efeitos especiais da fita que corria à frente dos nossos olhos. As cenas eram acompanhadas pela doce voz da Sara Tavares que soava nas colunas e que aqui e ali se misturava em absoluta harmonia com as conversas das outras mesas, pautadas pelo trinar das andorinhas loucas do fim de tarde. Várias são as vezes em que acho que a minha vida é composta de pequenos momentos estranhos, pequenas forças da natureza ocultas que se reúnem e me fazem acontecer. Quando estamos quase a notar que deixamos de ter banda sonora e o filme ficou mudo, o sino da igreja repica a hora da próxima imperial e o Palma entrou em Vôo pela nossa noite dentro.
Não pode ser, será que foi aqui que ficaram os meus cds? terão encontrado a minha bolsinha ou simplesmente adivinharam-me o desejo? é incrivél, é isto. É assim que está? Dentro da bolsinha azul fica a Sara Tavares e o Palma...que bom, eram imagens que ainda não tinha tido oportunidade de associar. Na minha vida cada momento,cada frase, cada gesto fazem-me ouvir músicas diferentes. A minha memória parece organizar-se por sons, às vezes por cheiros e sabores. É estranho.
No fundo esta história toda deve-se ao facto de ter relembrado algumas músicas que gosto muito, que me recordam vários momentos e sensações diversas e que agora passam a estar associados a mais um momento, aquele em que se vê o dia trazer a noite à esplanada da Graça. Se conseguirem, fechem os olhos e ouçam a música que vos vou deixar aqui.

(em sussurro e como despedida; bomfim-de-semana)

2 comentários:

Freak n'Chic disse...

Precisamos destes escapes na nossa vida repor o equilíbrio, para recarregar energias. Tudo na vida se perspectiva como mais fácil quando se está em boa companhia, num sítio espectacular e com uma cerveja.

Acredito que temos que criar um espaço habitual nas nossas vidas para estes momentos. De certeza que vamos ser mais felizes. Sim, ser feliz, pois a felicidade é feita de momentos temos uma compensação real pelo tanto que por vezes custa viver.

Corine disse...

...e a vida é feita de pequenos nadas....